A MORTE DO PAPAI NOEL
Durante uma época das nossas vidas, mais especificamente na infância, nos meses de novembro e dezembro, em dezembro para ser mais exato, éramos inundados por emoções que nos levavam quase ao êxtase, eram sentimentos que mesclavam alegria, euforia e a expectativa pela chegada do bom velhinho, ou Papai Noel, como é conhecido mundialmente, e consequentemente a entrega dos presentes natalinos, tão sonhados ao longo de todo ano.
Os meses anteriores eram tão insípidos e comuns até o exato momento em que os primeiros sinais da chegada do natal se faziam perceber, propagandas natalinas na televisão e as primeiras luzes de natal nos apresentavam o espirito natalino. Bons velhinhos falsos entupiam os shopping centers das cidades e cada um tentava ser mais convincente que o outro e todos eram tão fáceis de serem desmascarados com suas barbas artificiais e suas barrigas de travesseiro. Apenas um no nosso imaginário inocente era o verdadeiro, aquele que toda véspera de natal vinha trazer nossos presentes, a bordo de seu imponente trenó, conduzido pelas suas mágicas renas. O encanto era visível e a euforia mal se disfarçava. Era tudo festa. Nem mesmo o real significado do tal natal importava, natal abreviação de natalidade ou nascimento, do cristo no caso. Tudo ficava em segundo plano, no imaginário de nós crianças, o natal era tão somente a data onde o papai noel saia do polo norte para distribuir presentes para todas as crianças do mundo. Apesar de todas as tentativas por parte de alguns adultos de nos fazer desacreditar que papai noel existia, resistíamos bravamente, mal sabíamos que em pouco tempo faríamos parte do grupo dos incrédulos e que em breve iríamos matar o Papai Noel também e tentar convencer os outros que não existia bom velhinho e que tudo não passa de uma data voltada para o comércio.Deixamos de acreditar e tentamos convencer os demais a desacreditarem também. É verdade que nós esquecemos do real significado do natal e que o bom velhinho, como o conhecemos é na realidade apenas uma invenção de uma famosa marca de refrigerantes. É verdade também que ninguém é obrigado a crê em velhinhos gordos, vestidos de vermelho e que saem a noite para distribuir presentes, porém devemos refletir se nós adultos que já matamos o papai noel a muitos anos, temos o direito de matar o sonho das crianças e levá-las a descrença total. Quem um dia matou o bom velhinho que havia na sua infância, fatalmente vive em um mundo menos feliz e com expectativas que nunca se concretizam. Infelizmente não tenho um final adequado para esta crônica. Fica a critério de cada um imaginar o seu final. Deixo apenas essas reticências e um até breve...
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